quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Resoluções de ano novo


Todo fim de ano é a mesma coisa. Insatisfeitos com o que fizemos no ano anterior, renovamos nossa convicção para o ano que virá em algum objetivo que ficou esquecido ou abandonado meses e meses atrás. Tem de tudo – fazer uma dieta, parar de fumar, diminuir a bebida ou o açúcar, fazer mais exercícios... Chega o dia primeiro de janeiro e nossa força de vontade está a mil! Parece que vamos conseguir e terminar o ano novo fortes, esbeltos e sem nenhum traço de nicotina no sangue. Lá pelo dia 3 ou 4, no entanto, a gente já da uma escapadinha na dieta... Afinal, ano novo tem que ser celebrado... Aceita uma bebidinha, afinal, ninguém é de ferro... E ai, chega fevereiro, vem o carnaval e enterra qualquer esperança de seguir com a nossa disciplina. E assim corre o ano.

Mas, isso tem mesmo que ser assim?

Repare que a palavra “disciplina” foi usada no lugar de “resoluções de ano novo”. Porque é isso que elas são. Tudo que fazemos que vai de encontro a uma tendência natural que possuímos, e que queremos modificar, é uma disciplina. No meio yogue nós conhecemos essa disciplina pela palavra sânscrita “tapas”, que, literalmente, significa calor e, também, sofrimento. Quem cumpre a disciplina de fazer exercícios (como hatha yoga, ou corrida) sabe que isso é verdade. E vamos combinar – quem já fez uma dieta sabe que é puro sofrimento!

Mas é claro que não se trata só disso. Não somos masoquistas criativos em busca de novos meios para nos fazer sofrer! Existe, ou pelo menos deveria existir, um objetivo por trás de toda disciplina. Por trás de cada dieta e de cada exercício está o desejo da saúde e (por que não?) o desejo de sentir-se melhor na frente do espelho. A chave de uma disciplina bem sucedida é um objetivo firme e claro na mente. Então, tire um momento. Reavalie tudo que você pensou em mudar nesse ano. Pese claramente os prós e os contras. Considere que haverá dificuldades no meio do caminho – há sempre um brigadeirinho abandonado ou alguém disposto a ceder um cigarrinho!

E aí, uma vez que você abraça uma disciplina, não faça concessões! Pelo menos por enquanto. Dê um tempo para que ela se firme. Tenha certeza de que você está no controle. Esse é o ponto central. Assumir o controle de uma disciplina é reassumir o controle de certo aspecto na sua vida. Você é quem tem o poder, não o cigarro, a bebida ou o que quer que seja. O sucesso e a falha não são obra do acaso. Estão em suas mãos.

Assim é na vida do dia a dia. Assim é na via espiritual. Sigamos juntos, firmes no propósito.

Om tat sat.

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